dezembro 28, 2009

Parabéns, Presidente!

Todo o portista que se preze tem marcado na sua agenda o dia de aniversário do Jorge Nuno.

Não são necessárias muitas palavras: Parabéns e Obrigado!
Que o futuro reserve oportunidades para mostrar a sua sabedoria. E que essa sabedoria se traduza em muitas alegrias para os associados do F. C. Porto.

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dezembro 27, 2009

Sê Homem

Sê o homem que fores: nunca serás
aquele que no sonho te quiseste.
O fruto que se traz no pensamento
em outro se mudou se o colheste

Sê sempre um homem com os homens dentro:
a palavra que cales ou que dês
traga consigo, como tronco de árvore
a vertical firmeza do que és.

Ilídio Sardoeira

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dezembro 25, 2009

Boas Festas

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dezembro 14, 2009

O Palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.

Mário Crespo, JN de 14 de Dezembro de 2009

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novembro 04, 2009

"Corruptamente correcto"

O caso Face Oculta, com o alegado envolvimento de Armando Vara, veio mostrar que também há racismo social e regras nos casos de corrupção. Os ataques de que Vara está a ser vítima são, a meu ver, os errados. Fala-se do seu passado de província e do facto de ter sido balconista. A verdade é que, para ex-governantes, sacar é uma actividade banal e interclassista e a realidade tem-no provado. Mas o maior motivo de chacota com Vara é ele, alegadamente, ter sido subornado por Manuel Godinho, um sucateiro. Mais uma vez é injusto!

A sucata é um negócio fantástico e com prestígio no mundo contemporâneo. Por exemplo, o que diferencia M. Godinho de Joe Berardo é que um recicla sucata e o outro guarda-a no CCB.

Vara também foi gozado por apenas ter recebido 10 mil euros! Bolas, 10 mil euros só para marcar uma reunião com uma terceira pessoa: é genial! Há uns dias ajudei um amigo a ter um encontro e ainda fui eu que gastei dinheiro pois a chamada foi do meu telemóvel. A única coisa em que Vara mostrou não ter classe foi ao receber o envelope com os 10 mil no emprego, no seu gabinete do BCP, na casa do patrão! Comportou-se como aqueles funcionários que têm a chave do escritório e levam para lá uns engates à noite. Ou pior, abrem um negócio paralelo na cave da empresa. Vara podia ter feito o negócio em casa, num parque de estacionamento ou num clube de golfe, mas não, fugiu-lhe o pé para o chinelo! Isto sim, foi a única coisa fora do normal e das regras de etiqueta que, alegadamente, Vara fez. À atenção de Paula Bobone.

José de Pina, argumentista/humorista,
in "ionline" de 4 de Novembro de 2009

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outubro 23, 2009

Ateus ou crentes ao contrário?

1. Ao contrário do que possa pensar, ser ateu não é ser drescrente. Ateísmo é uma coisa e descrença é outra.
Descrente é o que não acredita. Sucede que o ateu acredita: acredita que Deus não existe.
Por conseguinte, o ateu também se relaciona com Deus. Trata-se de uma relação pela negativa, é certo, mas não deixa de ser relação. Miguel Torga verbalizou, magistralmente, este paradoxo: "Deus. O pesadelo dos meus dias. Tive sempre a coragem de O negar, mas nunca a força de O esquecer".
2. É claro que o ateu acha que a sua posição é racional, científica. Ele acha que tem provas evidentes de que Deus não existe.
Só que aquilo que é convincente para um ateu não é convincente para um crente. Admitamos que seja difícil provar que Deus existe. Mas alguém achará fácil provar que Deus não existe? O que é provar, afinal? Não será, acima de tudo, experimentar? Acontece que o eco que chega da realidade não é o mesmo para o ateu e para o crente.
Sobre isto António Ramos Rosa apenas capta silêncio. Para o poeta, "Deus aquele que não é ou, se é, é aquele que não é para nós". Por sua vez, José Saramago entende que "A existência do Homem é o que prova a inexistência de Deus".
No entanto, há quem, olhando para a mesma realidade, experimente o contrário.
Já o autor bíblico atesta que "os céus proclamam a obra de Deus e o firmamento anuncia a obra das Sua mãos" (Sal 19, 1). Para ele, tudo é teofânico.
Em síntese, na experiência que faz da realidade, o ateu experimenta a ausência de Deus. Na experiência que faz da mesma realidade, o crente experimenta a presença de Deus.
Parafraseando Napoleão Bonaparte, o crente estaria inclinado a dizer que o ateu olha para o alto, mas não vê o que ele vê.
3. Porquê esta discrepância? Será que o problema do ateu é com Deus ou com aqueles que falam em nome de Deus?
O ateísmo (até pela etimologia se infere isso) não é, em primeira instância, negação de Deus, mas negação do teísmo. Ora, o teísmo não é, necessariamente, o mesmo que Deus. O teísmo é um conjunto de discursos sobre Deus.
E não há dúvida de que - como refere o Vaticano II -, tais discursos (e respectivos comportamentos), não raramente, "escondem, em vez de revelar, o autêntico rosto de Deus".
Se pensarmos bem, os nossos irmãos ateus não e a Deus que negam. Negam-nos a nós. E não será que, tantas vezes, somos nós que, com as nossas atitudes, negamos o próprio Deus?
Sempre me impressionou a confidência do prof. Óscar Lopes, para quem "o homem que mais contribuiu para abalar as suas convicções foi um padre". Isto porque, na sua óptica, "ele próprio não acreditava".
4. Pode haver erros na avaliação dos outros. Mas pode haver, também, equívocos na nossa vivência.
E é precisamente no terreno da vivência que tudo se decide.
Muitas vezes, o ateu, quando diz não acreditar em Deus, o que está a dizer é que não acredita em quem acredita. Não é com Deus que os ateus estão desiludidos ou desencantados. Se olharmos para as atitudes, há ateus que se comportam comocrentes (como se fosse Deus a inspirá-los) e há crentes que se comportam como ateus (como se Deus não contasse).
O certo é que Deus não existe só para crentes. Ele não precisa sequer de ser transportado a ninguém. Ele está em todos. Nos que dizem acreditar. E nos que, não o dizendo, acabam por não estar longe d'Ele!

Padre João António Pinheiro Teixeira,
in Sol, de 23 de Outubro de 2009

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outubro 10, 2009

Dia Mundial da Saúde Mental

Saúde Mental em doses obrigatórias


Na segunda-feira acontece o Dia Internacional da Saúde Mental. Não concordo nada com aquela ideia de que o Natal devia ser todos os dias. Muito pelo contrário, tem a magia que tem, porque só acontece uma vez por ano, e com a idade e o tempo a passar cada vez mais depressa, se calhar até devia passar a bienal. Já o dia da Saúde Mental não fazia mal nenhum que fosse de celebração diária obrigatória. Todos os dias do ano, todos os anos, desde o berço até à morte, a bem do próprio, dos outros, da nação e do planeta.
Aldo Naouri, o pediatra e psicoterapeuta francês, atribuiu a culpa da crise económica aos adultos bebificados, aqueles que nunca cresceram, ou seja, nunca abandonaram a ideia de que são o centro do mundo, e a convicção de que os seres humanos que o povoam são criados ao seu serviço? Pois é, a saúde mental não é assunto de manicómios, nem de hospitais, nem tão-pouco de indústria farmacêutica, mas de educação, de afectos, de economia, de política, ou seja, de pessoas. Olhá-la como uma disciplina especializada de seja o que for é não compreender que sem ela o mundo depressa se transforma num caos. O Dia da Doença Mental é outra coisa.
Também se engana quem julga que Saúde Mental é sinónimo de ausência de sofrimento mental. Esse é condição essencial de sabermos que estamos vivos, e de sabermos que vamos morrer. Sem volta a dar. Não é a tristeza, o medo, a inveja, a raiva, a sensação de confusão que nos põe doentes, mas a incapacidade de reconhecer estes sentimentos, e de lidar com eles. Não é a vida que nos faz perder o norte, mas a falta de sentido para ela. Mas continuamos a preferir uma doença «física» a uma «psicológica», tomar comprimidos a pensar de onde vem aquela ansiedade que não nos larga. Julgamos que por pensar na loucura corremos menos riscos. Enganamo-nos.

Isabel Stilwell
in Destak, 9 de Outubro de 2009

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outubro 03, 2009

António Luís Esteves era 70X7 fantástico



Todos os que tiveram o privilégio de conhecer o Dr. Esteves, revêem-no no texto que se segue. A Igreja ficou mais pobre com a morte do Padre Esteves. Damos graças a Deus pela sua vida.

 0 padre António Luís Esteves faleceu, aos 53 anos, quando tanto podia dar à Igreja de Braga que nele tanto investiu.
Tenho a mesma idade, fomos companheiros de jornada durante tantos anos, no Seminário (mais tarde Instituto Su­perior de Teologia), no Diário do Minho e na vida.
Permitam-me que fale dele como um irmão com quem cresci, estudei, aprendi e que admirava profundamente. Ele tinha parâmetros de vida singulares que se notavam entre os outros colegas pela sua inteligência, capacidade de argumentação e rapidez de assimilação de co­nhecimentos fossem humanísticos, literários, filosóficos, teológicos ou musicais.
Fui parceiro dele na música em que ele to­cava e apreendia as partituras a quatro vozes ou mais com uma velocidade eston­teante, 'tocando bem à primeira” como dizíamos. Quantos en­saios do Schola Can­torum e quantas ce­lebrações animadas pelo seu acompanha­mento musical na igre­ja do Seminário, da Sé ou dos Congrega­dos vivemos de for­ma tão alegre quan­to inesquecível!
Fui companheiro dele na revista Cenáculo, a única revista científica feita por alunos em toda a Península Ibérica, onde ele revelou todo o seu potencial de escrita e saber entra­nhado durante noites sem sono engatadas nos dias.
Concluídos os estudos, o abraço de vidas prosseguiu no jornal Diário do Minho, onde, com a orientação sábia de Domingos Silva Araújo, ao longo de dois anos, contribuiu para que este jornal se libertasse do espartilho das quarto páginas e crescesse em número de páginas e em temas. É inesquecível a aventura que vivemos quando se fez o pri­meiro suplemento a cores para assinalar a visita do Papa João Paulo a Braga nos primeiros anos de 80. Nas horas livres que as notícias nos deixavam, ele deliciava os jovens que frequentavam a Basílica dos Congregados, com os seus ensaios musicais e as suas celebrações.
Com tantas qualida­des intelectuais e hu­manas, os responsáveis da Igreja em Bra­ga decidiram investir ainda mais no padre António Luís Esteves, atendendo à carência de peritos em Sa­grada Escritura. Foi es­tudar para Itália e ou­tras escolas.
Mais tarde torna-se também um amigo do jornal Correio do Minho e da Rádio Antena Mi­nho, enriquecendo es­tes dois meios com as suas crónicas sobre te­mas da actualidade e religião, sem nunca esquecer o 'seu' Diário do Minho.
Nesta hora, se eu pudesse usar a expressão do Novo Testamento, gostava de dizer. O António Luís Esteves foi 70 x 7 fantástico.
Foi tão bom ter-te connosco. Eras daquelas pessoas que nos desafiam todos os dias a ser “diferente” e a deixar a me­diocridade do nivelamento pelo zero.


Costa Guimarães
Jornalista (e ex-director) do Correio do Minho,
in Diário do Minho,
03. Outubro. 2009

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setembro 28, 2009

Ateus a quem Deus incomoda

É frequente os ateus virarem teólogos. Coisa esquisita, por certo. Se não acreditam, porque se incomodam e perdem tempo a negar o que para eles não existe? Se é para empurrarem os crentes para a descrença, então tem que se lhes pedir que respeitem os sentimentos de quem não afina pelo seu diapasão. Muita gente simples é profundamente sábia e dispensa conselhos e ajudas daqueles que presumem de muito saber e pouco respeito.
É frequente os ateus virarem teólogos. Coisa esquisita, por certo. Se não acreditam, porque se incomodam e perdem tempo a negar o que para eles não existe? Se é para empurrarem os crentes para a descrença, então tem que se lhes pedir que respeitem os sentimentos de quem não afina pelo seu diapasão. Muita gente simples é profundamente sábia e dispensa conselhos e ajudas daqueles que presumem de muito saber e pouco respeito.
Quem subiu alto, por seu pé ou, como acontece frequentemente, porque outros o levaram ao colo, e se vê, por fim, no trono que lhe prepararam, se não tem consciência de que toda a glória é passageira, como “flor que murcha e erva que seca”, e de que não faltam na sociedade estátuas com pés de barro, acontece pensar que o esplendor do trono diviniza os mortais e é, por si, fonte de saber sem limites e razão para tudo poder afirmar ou negar.
Temos aí um exemplo de casa, que me aparece - é a minha opinião - como alguém atormentado pelos maus espíritos que procura exorcizar, sem grande resultado prático. Refiro-me ao Nobel Saramago. Nada tenho contra o senhor. Li um outro dos seus livros, Não consegui acabar alguns que ainda comecei. Por razões meramente literárias, não é o meu género, mas também não estranho nem me incomodo, que o seja de muitos dos seus leitores. Feita a casa na praça, tem de aceitar, se for capaz, quem queira opinar livremente sobre ela. O que ele faz com os outros
Por vezes penso que se trata de um homem incomodado, senão mesmo atormentado, pelos espíritos, talvez de Sofia, de Torga, ou até de gente de outras terras, onde se escreve em bom português, mas onde os padrinhos podem faltar ou serem menos eficazes.
Quando se sabe como se constrói um Nobel, das letras e não só, e qual a montagem que está por detrás do veredicto final, não é de estranhar que fiquem fantasmas pelo meio do processo. Depois do facto consumado, o problema não resolvido dá lugar a outros problemas. Saramago poderá sido talvez, um exemplo destas manobras. Não falta quem o pense e quem o diga.
É um homem orgulhoso e intocável. Fez do galardão um escudo de intocável. Não permite, a seu respeito, críticas e opiniões que não sejam de apreço e elogio. Mostra que não esquece nem perdoa e que, para além dele, ninguém, neste pobre mundo se lhe pode comparar. Sabe muito bem mover os cordelinhos que puxam o carrinho dos seus interesses. Este retrato deduz-se facilmente e sem preconceitos, das suas intervenções. Sem que seja necessário inventar ou deturpar. Ele próprio diz que precisa de mostrar que está vivo. Muito bem. Um propósito positivo de que ninguém o pode impedir. Por isso, agora, eufórico, escreve sem parar. As intervenções multiplicam-se. Os livros sucedem-se. A venda está de há muito assegurada. Só há que cuidar que os títulos sejam apelativos. A idade, agora, é jus e fama que abre portas. Do passado, o que lá vai, lá vai.
Há uns tempos, de modo mais insistente, o ateu virou teólogo. Afirmativo e dogmático em relação à religião que detesta. Dia a sabedoria do povo que quem tem olhos tortos, entorta as coisas mais direitas. Não sei, por isso, se o caminho escolhido lhe dará prémios e êxitos.
Desta vez, parece ser o fratricida Caim que lhe dá ensejo para matar o Deus, inventado por pobres escravos que Ele mesmo escravizou e que, na sua cegueira, teimam em O dizer vivo. O livro está a chegar, mas o autor já foi dizendo o que pretendia. O marketing funciona.
Não se pode esperar que Saramago acerte a pontaria contra o Deus que para ele não existe, mas que o incomoda, mesmo tratando-se de uma mera invenção de escravos…
A Bíblia exige fé para penetrar na sua mensagem. Os crentes e as igrejas cristãs não temem os tiros secos do desprezo ou do ódio. Serão os puros de coração verão a Deus. Puros de coração são os humildes, os únicos capazes de ser verdadeiros até ao fim. Puros, sem manobras egoístas, sem refolhos que coleccionam pó, sem misturas espúrias.
Há sempre para todos um fim inevitável. Para um crente é um início em que tudo aparecerá definitivamente claro. Um momento para nos apresentarmos sem recomendações e sem galardões. Um momento único da verdade total.
A sorte de todos, crentes ou não crentes, é a mesma. Quem acolhe nesse encontro inevitável de regresso à Fonte da vida, será sempre o Deus Pai, que tem, no seu amor misericordioso para com todos, a expressão mais eloquente do seu projecto salvador da dignificação do homem.

D. António Marcelino,
in Correio do Vouga, de 16.09.2009

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setembro 26, 2009

Precisamos de Mudança

Toda a função pública e outros sectores da sociedade sofreram fortes abanões ao longo destes quatro anos de governo socialista. Foi um autêntico flagelo com tantas medidas, algumas delas, demolidoras de expectativas que se desvaneceram num período tão curto.
Quando entrámos no sistema, assinámos contratos, aceitámos as condições que vigoravam naquele momento, interiorizámos os nossos deveres e os nossos direitos, optámos por uma carreira, esperando, um dia, vir a usufruir, como outros nossos colegas que descontaram e trabalharam como nós, daquilo que sempre contámos desde que assumimos a nossa vida profissional e, repentinamente, tudo se apagou das nossas mentes. Foi uma desilusão! Já há muito tempo que não se via tantas classes profissionais na rua a protestar e, na maior parte dos casos, pouco valeu. As maiorias absolutas são dadas pelos eleitores e, em democracia, o diálogo deve sempre prevalecer, tomando medidas com moderação e nunca contra qualquer classe.
Viremo-nos, mais uma vez, para a minha classe docente que está completamente arrasada por tudo o que se passou ao longo desta legislatura com uma imposição de leis e comentários que feriram muito a nossa sensibilidade. Não éramos merecedores de tudo o que se tem passado! Cento e vinte mil professores na rua não é motivo para reflectir?
Uma classe, praticamente inteira, a lutar contra certas medidas do governo não seria motivo para atenderem às suas reivindicações? Agora é tarde. A falta de comunicação já se arrasta há muito tempo e não é neste final de legislatura que vamos ceder às “palavrinhas meigas”. Os professores e tantos outros eleitores saberão, no dia 27 de Setembro, fazer justiça e votar em quem sempre nos defendeu.
Toda a oposição, a partir de um certo momento, acolheu a luta dos professores, pois teve o bom senso de verificar a enorme intranquilidade e tristeza que a grande maioria da classe docente sente com o crescimento da burocracia; com uma carreira dividida impondo quotas, impedindo muitos professores excelentes de progredirem na carreira; escola a tempo inteiro e aulas de substituição no horário não lectivo que tanta falta
faz para o trabalho individual do professor (preparação de aulas, elaboração e correcção de testes,
visitas de estudo, actividades na escola, reuniões…), em suma, há um desgaste enorme com actividades fora da sala de aula, muitas delas do foro mais administrativo.
Colegas, temos, no dia 27 de Setembro, a única oportunidade de contribuirmos para as mudanças destas políticas educativas. Ao lermos os programas eleitorais dos partidos da oposição, verificamos que todos prometem rever o estatuto, a divisão da carreira, os horários de trabalho, a aposentação, a imagem do professor que foi profundamente abalada com este governo, o estatuto do aluno, o facilitismo, a gestão escolar…
Vamos fazer aquilo que não conseguimos ao longo desta legislatura. Tivemos um governo que não quis ceder às nossas principais reivindicações, mesmo com greves que tiveram adesões muito perto dos 100 por cento e com manifestações que levaram os professores quase todos às ruas de Lisboa e às capitais de distrito, não falando em tantas outras acções de protesto. Expressemos tudo aquilo que abala o nosso íntimo, descarregando as nossas mágoas e a nossa revolta para que voltem às nossas escolas o sossego e a motivação que sempre tivemos.
Vamos votar, expressando o nosso descontentamento e sendo gratos para com os dirigentes políticos que lutaram ao nosso lado com a força e a coragem que, a meu ver, sempre apreciámos.

Salvador de Sousa
Professor da Escola Monsenhor Elísio de Araújo
(Pico de Regalados, Vila Verde)

Publicado no Diário do Minho

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setembro 21, 2009

Manifesto de Obama para os alunos

O texto é um pouco longo, mas vale a pena ler. É o discurso do presidente aos alunos da América. Uma grande lição, uma aula!


"Sei que para muitos de vocês hoje é o primeiro dia de aulas, e para os que entraram para o jardim infantil, para a escola primária ou secundária, é o primeiro dia numa nova escola, por isso é compreensível que estejam um pouco nervosos. Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama.

Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.

A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."

Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.

Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.

No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.

E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.

Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.

Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.

No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.

E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada menos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.

Vão precisar dos conhecimentos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvolvem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para combater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos empregos e desenvolvam a economia.

Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola -, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país.

Eu sei que não é fácil ter bons resultados na escola. Tenho consciência de que muitos têm dificuldades na vossa vida que dificultam a tarefa de se concentrarem nos estudos. Percebo isso, e sei do que estou a falar. O meu pai deixou a nossa família quando eu tinha dois anos e eu fui criado só pela minha mãe, que teve muitas vezes dificuldade em pagar as contas e nem sempre nos conseguia dar as coisas que os outros miúdos tinham. Tive muitas vezes pena de não ter um pai na minha vida. Senti-me sozinho e tive a impressão que não me adaptava, e por isso nem sempre conseguia concentrar-me nos estudos como devia. E a minha vida podia muito bem ter dado para o torto.

Mas tive sorte. Tive muitas segundas oportunidades e consegui ir para a faculdade, estudar Direito e realizar os meus sonhos. A minha mulher, a nossa primeira-dama, Michelle Obama, tem uma história parecida com a minha. Nem o pai nem a mãe dela estudaram e não eram ricos. No entanto, trabalharam muito, e ela própria trabalhou muito para poder frequentar as melhores escolas do nosso país.

Alguns de vocês podem não ter tido estas oportunidades. Talvez não haja nas vossas vidas adultos capazes de vos dar o apoio de que precisam. Quem sabe se não há alguém desempregado e o dinheiro não chega. Pode ser que vivam num bairro pouco seguro ou os vossos amigos queiram levar-vos a fazer coisas que vocês sabem que não estão bem.

Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem.

A vossa vida actual não vai determinar forçosamente aquilo que vão ser no futuro. Ninguém escreve o vosso destino por vocês. Aqui, nos Estados Unidos, somos nós que decidimos o nosso destino. Somos nós que fazemos o nosso futuro.

E é isso que os jovens como vocês fazem todos os dias em todo o país. Jovens como Jazmin Perez, de Roma, no Texas. Quando a Jazmin foi para a escola não falava inglês. Na terra dela não havia praticamente ninguém que tivesse andado na faculdade, e o mesmo acontecia com os pais dela. No entanto, ela estudou muito, teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Brown, e actualmente está a estudar Saúde Pública.

Estou a pensar ainda em Andoni Schultz, de Los Altos, na Califórnia, que aos três anos descobriu que tinha um tumor cerebral. Teve de fazer imensos tratamentos e operações, uma delas que lhe afectou a memória, e por isso teve de estudar muito mais - centenas de horas a mais - que os outros. No entanto, nunca perdeu nenhum ano e agora entrou na faculdade.

E também há o caso da Shantell Steve, da minha cidade, Chicago, no Illinois. Embora tenha saltado de família adoptiva para família adoptiva nos bairros mais degradados, conseguiu arranjar emprego num centro de saúde, organizou um programa para afastar os jovens dos gangues e está prestes a acabar a escola secundária com notas excelentes e a entrar para a faculdade.

A Jazmin, o Andoni e a Shantell não são diferentes de vocês. Enfrentaram dificuldades como as vossas. Mas não desistiram. Decidiram assumir a responsabilidade pelos seus estudos e esforçaram-se por alcançar objectivos. E eu espero que vocês façam o mesmo.

É por isso que hoje me dirijo a cada um de vocês para que estabeleça os seus próprios objectivos para os seus estudos, e para que faça tudo o que for preciso para os alcançar. O vosso objectivo pode ser apenas fazer os trabalhos de casa, prestar atenção às aulas ou ler todos os dias algumas páginas de um livro. Também podem decidir participar numa actividade extracurricular, ou fazer trabalho voluntário na vossa comunidade. Talvez decidam defender miúdos que são vítimas de discriminação, por serem quem são ou pelo seu aspecto, por acreditarem, como eu acredito, que todas as crianças merecem um ambiente seguro em que possam estudar. Ou pode ser que decidam cuidar de vocês mesmos para aprenderem melhor. E é nesse sentido que espero que lavem muitas vezes as mãos e que não vão às aulas se estiverem doentes, para evitarmos que haja muitas pessoas a apanhar gripe neste Outono e neste Inverno.

Mas decidam o que decidirem gostava que se empenhassem. Que trabalhassem duramente. Eu sei que muitas vezes a televisão dá a impressão que podemos ser ricos e bem-sucedidos sem termos de trabalhar - que o vosso caminho para o sucesso passa pelo rap, pelo basquetebol ou por serem estrelas de reality shows -, mas a verdade é que isso é muito pouco provável. A verdade é que o sucesso é muito difícil. Não vão gostar de todas as disciplinas nem de todos os professores. Nem todos os trabalhos vão ser úteis para a vossa vida a curto prazo. E não vão forçosamente alcançar os vossos objectivos à primeira.

No entanto, isso pouco importa. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos. O primeiro livro do Harry Potter, de J. K. Rowling, foi rejeitado duas vezes antes de ser publicado. Michael Jordan foi expulso da equipa de basquetebol do liceu, perdeu centenas de jogos e falhou milhares de lançamentos ao longo da sua carreira. No entanto, uma vez disse: "Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido."

Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam - temos de permitir que eles nos ensinem as suas lições. Temos de deixar que nos mostrem o que devemos fazer de maneira diferente quando voltamos a tentar. Não é por nos metermos num sarilho que somos desordeiros. Isso só quer dizer que temos de fazer um esforço maior por nos comportarmos bem. Não é por termos uma má nota que somos estúpidos. Essa nota só quer dizer que temos de estudar mais.

Ninguém nasce bom em nada. Tornamo-nos bons graças ao nosso trabalho. Não entramos para a primeira equipa da universidade a primeira vez que praticamos um desporto. Não acertamos em todas as notas a primeira vez que cantamos uma canção. Temos de praticar. O mesmo acontece com o trabalho da escola. É possível que tenham de fazer um problema de Matemática várias vezes até acertarem, ou de ler muitas vezes um texto até o perceberem, ou de fazer um esquema várias vezes antes de poderem entregá-lo.

Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude.

E mesmo quando estiverem em dificuldades, mesmo quando se sentirem desencorajados e vos parecer que as outras pessoas vos abandonaram - nunca desistam de vocês mesmos. Quando desistirem de vocês mesmos é do vosso país que estão a desistir.

A história da América não é a história dos que desistiram quando as coisas se tornaram difíceis. É a das pessoas que continuaram, que insistiram, que se esforçaram mais, que amavam demasiado o seu país para não darem o seu melhor.

É a história dos estudantes que há 250 anos estavam onde vocês estão agora e fizeram uma revolução e fundaram este país. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 75 anos e ultrapassaram uma depressão e ganharam uma guerra mundial, lutaram pelos direitos civis e puseram um homem na Lua. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 20 anos e fundaram a Google, o Twitter e o Facebook e mudaram a maneira como comunicamos uns com os outros.

Por isso hoje quero perguntar-vos qual é o contributo que pretendem fazer. Quais são os problemas que tencionam resolver? Que descobertas pretendem fazer? Quando daqui a 20 ou a 50 ou a 100 anos um presidente vier aqui falar, que vai dizer que vocês fizeram pelo vosso país?

 As vossas famílias, os vossos professores e eu estamos a fazer tudo o que podemos para assegurar que vocês têm a educação de que precisam para responder a estas perguntas. Estou a trabalhar duramente para equipar as vossas salas de aulas e pagar os vossos livros, o vosso equipamento e os computadores de que vocês precisam para estudar. E por isso espero que trabalhem a sério este ano, que se esforcem o mais possível em tudo o que fizerem. Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes."
Barack Obama

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setembro 14, 2009

A história do lápis

O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
Você está escrevendo uma história que aconteceu connosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando.
Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas.
Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

"Primeira qualidade:
você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos.
Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direcção à Sua vontade.

Segunda qualidade:
de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado.
Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."

Terceira qualidade:
o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado.
Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.

Quarta qualidade:
o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro.
Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

Finalmente, a quinta qualidade do lápis:
ele sempre deixa uma marca.
Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada acção.

Autor desconhecido

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setembro 07, 2009

José Sócrates vs Jerónimo de Sousa

Heresias
TRÊS MINUTOS

"O debate entre José Sócrates e Jerónimo de Sousa teve cerca de cinquenta minutos mas ficou marcado pelos últimos três. Primeiro, Sócrates fez o que quis de um líder comunista mal preparado e que apenas adormentou as audiências.

Quase no fim, Sócrates baixou a guarda e mostrou quem realmente é. Quando a jornalista inquiriu Jerónimo de Sousa acerca do caso TVI, Sócrates empinou-se e interpelou-a. Eriçado, quis corrigi--la. Depois, deslumbrado consigo mesmo, disfarçou-se de ingénuo e jurou que nem sequer sabe quem manda na TVI – tinha ouvido dizer que Pina Moura tinha lá estado mas desconhecia se já tinha saído… É difícil acreditar em alguém que viaja da arrogância para uma candura inconcebível num ápice. Sócrates tem currículo a menos e más caras a mais para ser credível."

Carlos Abreu Amorim
in Correio da Manhã, 2009. Setembro. 07

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setembro 01, 2009

Professor

Recebi por e-mail o texto que apresento da autoria de Jô Soares.
Neste início de ano lectivo parece-me adequado a um momento de reflexão.


É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de “barriga cheia”.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é um “turista”.
Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a “língua” do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu “mole”.
É o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele.

(Fonte - Revista do Professor de Matemática, n.º 36, 1998)

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O regresso...

Pela segunda vez quero recomeçar a "postar" regularmente.
As últimos longos meses foram complicados em termos de gestão do tempo. Se durante a semana o trabalho ocupou todo o meu horário, no fim-de-semana fiquei sempre longe da net.
Começa hoje um novo ano lectivo.
E as funções que me atribuíram indiciam, nesta altura do campeonato, ter mais tempo para dedicar a este meu hobby.
Vamos ver os próximos dias...

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fevereiro 14, 2009

Dia de S. Valentim



"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
Fernando Pessoa

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