julho 07, 2010

No relvado e na vida uma má exibição

Afinal, no último Mundial da África do Sul havia um gato escondido com o rabo de fora. Cristiano Ronaldo, mal o Mundial acabou, trouxe ao Mundo a boa nova: tinha nascido há já 18 dias uma criança fadada para os mais altos voos. É certo que levará o seu tempo se quisermos pensar que essa criança poderá ser o Messias da nossa Selecção, mas é verdade que ao baptiza-la de Cristiano Ronaldo Júnior o craque do Real Madrid já sonha em vê-la a marcar golos decisivos, mesmo que não sejam tão caricatos e inúteis como o "golo de mochila" com que o pai estreou e se despediu deste Mundial em África.
Aqui está um caso em que os prognósticos só podem realmente ser feitos depois do jogo. Obrigado a manter o segredo deste rocambolesco nascimento, podemos agora dizer que as emoções da sua primeira paternidade seguramente terão abalado o rendimento do jogador, provavelmente com uma intensidade superior ao impacto emocional que poderá ter causado a presença da nova namorada numas farras em Las Vegas.
Ser pai é seguramente marcante para qualquer pessoa e por mais frio e racional que seja o temperamento de Ronaldo, ninguém acredita que ele tenha sido capaz de tanta insensibilidade que lhe permitisse manter a concentração indispensável nos dias que antecederam e se seguiram à notícia do nascimento do seu primeiro filho, ocorrida a muitos milhares de quilómetros sem a sua presença e até sem qualquer possibilidade de falar dele.
Independentemente da influência que este Júnior possa ter tido no comportamento do capitão da Selecção Nacional, importa-me salientar os maus exemplos que se começam a multiplicar de figuras públicas de referência mundial. O exemplo de ser pai nas condições em que Ronaldo aparentemente foi poderão fazer mais pela disfunção da ideia de casal tradicional do que a própria aprovação do casamento gay ou a pretensão dos casais homossexuais poderem adoptar filhos nas mesmas condições que os casais heterossexuais. A ideia de que qualquer pessoa com dinheiro ou com fama pode "negociar" um filho que depois "gerirá" como um qualquer empresário gere a carreira de um futebolista, representa uma grave entorse aos princípios e valores geralmente associados à concepção e educação dos filhos.
Se for verdade que a mãe da criança, conhecida ou desconhecida do jogador, abdicou dos seus direitos em troca de dinheiro, é preciso ter coragem para dizer que a actuação de Cristiano Ronaldo, na linha do que já aconteceu na África do Sul, não foi uma exibição exemplar.

Manuel Serrão, in JN de 07/07/2010

Read more…

julho 01, 2010

Padre José Carlos Veloso


Faleceu o amigo Padre José Carlos Veloso.
Numa das nossas últimas conversas, falámos de Bento XVI que em Spes Salvi escreveu:
Com a morte diante dos olhos a questão do significado da vida torna-se inevitável.

Licenciatura em Teologia (Portugal, 1989), em Psicologia (Itália, 1992), Pós-Graduação em Psico-Pedagogia Juvenil (Itália, 1992), Pós-Graduação em Pastoral e Gestão Paroquial (Portugal, 1993), Pós-Graduação em Terapia em Toxicodependência, na metodologia do Projecto Homem (Espanha, 1994), Mestrado em Tipologia das Toxicodependências e Intervenção Educativa (Espanha, 1995). Director Pedagógico e Professor de Psicologia no Seminário Menor de Braga (1993 a 1996), Coordenador do Projecto Homem de Braga (1994 a 2007), Presidente da Assembleia Geral da FPAP (Federação Portuguesa das Associações Afectas a Prevenção Primária da Toxicodependência) (1998 a 2007), Membro do Núcleo Executivo da Rede Social de V.N. de Famalicão (1999 a 2005), Membro da Direcção e Formador na Escola de Formação de Psicoterapeutas da Asociacion Proyecto Hombre – Madrid, Espanha (1998 a 2004), Coordenador, Avaliador e formador dos professores na implementação de um projecto-piloto que prevenção escolar de toxicodependência ao universo de alunos do 3º ciclo das escolas de V.N. de Famalicão (2005 a 2008). Presidente da Direcção da Associação Engenho (desde 2001). 

Read more…