Todos os que tiveram o privilégio de conhecer o Dr. Esteves, revêem-no no texto que se segue. A Igreja ficou mais pobre com a morte do Padre Esteves. Damos graças a Deus pela sua vida.
0 padre António Luís Esteves faleceu, aos 53 anos, quando tanto podia dar à Igreja de Braga que nele tanto investiu.
Tenho a mesma idade, fomos companheiros de jornada durante tantos anos, no Seminário (mais tarde Instituto Superior de Teologia), no Diário do Minho e na vida.
Permitam-me que fale dele como um irmão com quem cresci, estudei, aprendi e que admirava profundamente. Ele tinha parâmetros de vida singulares que se notavam entre os outros colegas pela sua inteligência, capacidade de argumentação e rapidez de assimilação de conhecimentos fossem humanísticos, literários, filosóficos, teológicos ou musicais.
Fui parceiro dele na música em que ele tocava e apreendia as partituras a quatro vozes ou mais com uma velocidade estonteante, 'tocando bem à primeira” como dizíamos. Quantos ensaios do Schola Cantorum e quantas celebrações animadas pelo seu acompanhamento musical na igreja do Seminário, da Sé ou dos Congregados vivemos de forma tão alegre quanto inesquecível!
Fui companheiro dele na revista Cenáculo, a única revista científica feita por alunos em toda a Península Ibérica, onde ele revelou todo o seu potencial de escrita e saber entranhado durante noites sem sono engatadas nos dias.
Concluídos os estudos, o abraço de vidas prosseguiu no jornal Diário do Minho, onde, com a orientação sábia de Domingos Silva Araújo, ao longo de dois anos, contribuiu para que este jornal se libertasse do espartilho das quarto páginas e crescesse em número de páginas e em temas. É inesquecível a aventura que vivemos quando se fez o primeiro suplemento a cores para assinalar a visita do Papa João Paulo a Braga nos primeiros anos de 80. Nas horas livres que as notícias nos deixavam, ele deliciava os jovens que frequentavam a Basílica dos Congregados, com os seus ensaios musicais e as suas celebrações.
Com tantas qualidades intelectuais e humanas, os responsáveis da Igreja em Braga decidiram investir ainda mais no padre António Luís Esteves, atendendo à carência de peritos em Sagrada Escritura. Foi estudar para Itália e outras escolas.
Mais tarde torna-se também um amigo do jornal Correio do Minho e da Rádio Antena Minho, enriquecendo estes dois meios com as suas crónicas sobre temas da actualidade e religião, sem nunca esquecer o 'seu' Diário do Minho.
Nesta hora, se eu pudesse usar a expressão do Novo Testamento, gostava de dizer. O António Luís Esteves foi 70 x 7 fantástico.
Foi tão bom ter-te connosco. Eras daquelas pessoas que nos desafiam todos os dias a ser “diferente” e a deixar a mediocridade do nivelamento pelo zero.
Costa Guimarães
Jornalista (e ex-director) do Correio do Minho,
in Diário do Minho,
03. Outubro. 2009
1 comentários:
Er war mein bester Freund...
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