janeiro 30, 2007

Brevemente...

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janeiro 17, 2007

Grandes Portugueses

"Vítor Baía e Pinto da Costa fazem parte da lista dos cem grandes portugueses. Ora, esta coisa da eleição dos cem grandes portugueses faz de nós todos pequenos portugueses ou, no máximo, portugueses médios ou assim-assim e essa é a maior das injustiças. Grandes portugueses são aqueles que acordam todos os dias às seis da manhã, para tomarem um banho a correr se quiserem ter água quente para dar banho também aos filhos que já nasceram numa maternidade espanhola e que é preciso agasalhar porque estudam numa escola sem aquecimento aonde chegam depois de duas horas num autocarro comprado em segunda-mão a um sucateiro alemão. Grandes portugueses são aqueles que apanham sete autocarros para chegar ao emprego a que nunca faltam apesar dos caprichos dos STCP ou da Carris, tanto faz, e cumprem o horário de entrada mas flexibilizam o de saída e não recebem horas extras porque vivem sob a ameaça de deslocalização da empresa para o extremo-oriente. Grandes portugueses são aqueles que enchem o metro, os comboios e os autocarros no regresso a casa aonde todos os dias fazem o milagre da multiplicação dos pães que dividem pela família antes de tentarem esquecer tudo em frente à televisão que lhes explica que é muito bom ser-se pobrezinho e que os ricos são todos muito infelizes. Grandes portugueses são aqueles que, ao fim de mais um dia destes, têm uma paciência inesgotável para os filhos que sentam no colo, enchem de mimos e educam para também eles poderem ser, um dia, grandes portugueses. Como Vítor Baía ou Pinto da Costa."

Jorge Maia, in O Jogo, 2007. Jan. 12

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janeiro 14, 2007

Ocupação do "tempo livre"

Nos últimos tempos tenho actualizado o meu blog com menos frequência. Um amigo, nos e-mails que trocámos, chamou a atenção para este facto. Gosta de passar por aqui e "enriquecer-se"... Prometi-lhe mais respeito por quem espreita a esta janela e procura o meu olhar!
Mas não tem sido fácil. Passo a semana na terra que me adoptou e o fim-de-semana na terra que me viu nascer.
Na primeira, sou membro do Conselho Pastoral e do Conselho Económico (ex-Fábrica da Igreja). Faço o "Jornal Paroquial" e foi-me pedida a coordenação da página da paróquia na internet. Está em estudo e brevemente on-line.
Na segunda, faço catequese (8º ano) e foi-me pedido que ajude na formação de catequistas.
Na escola onde trabalho, mesmo sem horas para essa tarefa, pediram-me colaboração na elaboração do jornal escolar.
Isto é o que chamo "ocupação dos meus tempos livres"!
Faço questão de me realizar na minha vocação fundamental, a família: marido (que ajuda em casa) e pai de quatro filhos (duas meninas e dois meninos). Já tenho dito que é a minha "licenciatura", mas com várias "especializações"...
É claro que também trabalho... Sobre isso havia tanto para dizer, mas não tenho tempo!
Digo apenas que podem ver o blog dos alunos inscritos em EMRC da minha escola, que conta também com o contributo do meu humilde dedinho.

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janeiro 10, 2007

iPhone e Apple TV


"Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusem a aprender, reaprender e voltar a aprender".

Alvin Toffler, 1928

Esta frase, garanto a pés juntos, não tem segundas ou outras intenções, nomeadamente visando atingir os indefectíveis da Microsoft (conhecida ainda numa "seita" por microsofre).
Aconteceu ontem, pura e simplesmente, a abertura de mais uma MacWorld, a Feira Mundial da Apple, em São Francisco. Todos os "macusers" esperam, anualmente, pelo "keynote speech" de Steve Jobs, que marca a abertura desta feira. Entre as muitas razões para esta "fé" está a pergunta: o que haverá de novo? Uma espécie de apresentação do plantel para a nova época com a curiosidade de saber qual o craque de última hora que o clube comprou.
No discurso do Steve, "o craque que o clube comprou" é traduzido por inovação. Aqui podes navegar por esta estrondosa novidade. Explora todos os link's que encontrares...

Depois da abertura, José Alberto Carvalho escreveu a Pedro Aniceto o seguinte:

"Caro Pedro
Acabou, há um minuto, o keynote speech de Steve Jobs em São Francisco. Foi o discurso do fundador da Apple que aguardava com mais expectativa desde que sou cliente da marca, há 16 anos. As minhas expectativas encontraram resposta: acredito que aquilo que a Apple acaba de anunciar vai redefinir, de uma forma absolutamente imprevisível, o futuro da minha profissão. Sendo jornalista de televisão tenho olhado com especial atenção para o fenómeno da fragmentação de conteúdos vídeo. A iTV anunciada pela Apple acentua as minhas interrogações: a forma como vemos televisão ( ou melhor, como consumimos "Vídeo") vai mudar drasticamente nos próximos tempos (sublinho "Tempos", não "anos"). A televisão, tal como nos habituámos a conhecê-la, vai mudar. A omnipresença de conteúdos vídeo e a generalização do uso da Internet desmistificou ainda mais o vídeo. Cada um de nós, hoje, em dia, passou a fazer um esforço diário, pro-activo - como agora se diz, para escolher os conteúdos de vídeo que vemos. Está assim a concretizar-se, uma certa ideia de televisão interactiva que falhou no passado. O televisor passa a ser mais um ecrã. Será provavelmente O ecrã principal de cada casa, mas o backoffice desse ecrã será cada vez mais a Internet. Isto implicará grandes reorganizações nos media convencionais, sobretudo na televisão: as televisões terão de alimentar esse backoffice e abrir mão da tutela do espectador. Cada um fará do vídeo aquilo que entender, à hora que quiser. A iTV dá resposta a algumas das encruzilhadas forjadas pela evolução tecnológica da Internet e pela revolução social e comportamental que tem implicado. São tempos de mudança. De grande mudança... E isso é, mais uma vez, fascinante. Há que estar atento, porque afinal... It's still a jungle out there!
Um abraço
José Alberto Carvalho"

Espero não cometer nenhuma inconfidência. Mas esta mensagem circulou na "Mailing List - o correio dos outros", ontem (com várias edições e percebe-se porquê).

Qual é a tua opinião destas novidades?

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janeiro 08, 2007

Espelho



Quando o outro não faz, é preguiçoso.
Quando eu não faço... estou muito ocupado.

Quando o outro fala, é cuscovelhice.
Quando eu falo... é crítica construtiva.

Quando o outro se decide a favor de um ponto, é obstinado.
Quando eu decido... sou firme.

Quando o outro não cumprimenta, é antipático.
Quando eu passo sem cumprimentar... é apenas distração.

Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta.
Quando eu falo... é porque preciso desabafar.

Quando o outro se esforça por ser agradável, tem segundas intenções.
Quando eu ajo assim... sou gentil.

Quando o outro encara os dois lados do problema, mostra fraqueza.
Quando eu o faço... sou compreensivo.

Quando o outro faz alguma coisa sem nexo, excede-se.
Quando eu o faço... é iniciativa.

Quando o outro progride, teve oportunidade.
Quando eu progrido... é fruto de muito trabalho.

Quando o outro luta pelos seus direitos, é teimoso.
Quando eu o faço... é prova de carácter.

Quando escrevo um texto como este e dou aos amigos, é porque gosto dos amigos.
Quando o outro faz... é porque não tem mais nada para fazer!


autor desconhecido

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janeiro 04, 2007

Subsídio à natalidade

"A Alemanha tem uma das taxas de fecundidade mais baixas da Europa (1,37 filhos por mulher) e está apostada em encorajar os casais a terem mais bebés e a "compensar algumas das perdas financeiras que os jovens pais enfrentam", nas palavras da ministra da Família, Ursula von der Leyen.
Actualmente, um casal com até 30 mil euros de rendimento anual pode escolher receber durante 24 meses 300 euros ou 450 euros ao longo de 12 meses. Com as novas regras, os pais que deixem de trabalhar para estar com os filhos podem receber até dois terços do seu salário líquido mensal, até ao máximo de 1800 euros, ao longo de 12 meses. Se o outro membro do casal se ausentar do trabalho por dois meses, o subsídio prolonga-se por 14 meses, ou seja, o incentivo pode chegar aos 25.200 euros. Para Lucia C., por exemplo, uma médica grávida que está à espera que o seu bebé nasça no dia 7 de Janeiro, a nova lei significa receber mais 15 mil euros do que o que receberia com a actual."

Público, 2006. 12. 28

E EM PORTUGAL

"Muitos filhos, poucos benefícios"

"O Estado entende que os filhos devem descontar muito pouco. Talvez porque não estejam em vias de extinção, como os burros de Trás-os-Montes, que dão mais benefícios, ou porque não são culturalmente relevantes como a televisão interactiva," afirma Adelino Mendes, casado e com seis filhos. Entretanto, "deixa-me deduzir 115 euros por ano por cada filho em despesas de educação, mas posso deduzir 745 euros se comprar um painel solar ou 250 euros se comprar um computador," o que significa que se "podem comprar painéis solares para casas sem pessoas e computadores para serem usados por ninguém."
Para além dos 154 euros que o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) prevê poderem deduzir-se anualmente por cada dependente, as despesas de educação são as únicas em que os valores divergem em função do número de filhos, mas não em benefício das famílias numerosas: o limite à colecta é de 617,44 euros e, a partir do terceiro filho ou dependente, há uma majoração de 115 euros, Mas "este acréscimo é de apenas 25 por cento do normal. Portanto, se eu tiver dois filhos, deduzo aproximadamente 300 euros por cada um. Se tiver um terceiro, um quarto ou um quinto, só deduzo 115 por cada um deles, o que é penalizante," explica José Silva Jorge. Para o sócio e fiscalista da Ernst & Young, "não é economicamente compensador ter uma família numerosa, porque os aumentos nas deduções são marginais e não têm nenhuma comparação com o nível de despesas e encargos que os filhos implicam."
Uma situação que tem particular relevância quando relacionada com os números da natalidade. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2005 nasceram 109.457 crianças. Com um índice de fecundidade de 1,4 filhos por mulher, "Portugal continua a não assegurar a renovação de gerações e o défice de nascimentos ronda os 55 mil por ano," explica Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN). Para que haja renovação de gerações, é preciso que nasçam 2,1 filhos por mulher, e isso já não acontece há mais de 20 anos: "desde 1986 que o índice de fecundidade anda entre 1,4 e 1,5 filhos, quando ainda nos anos 60 andava na ordem dos três," explica Mário Leston Bandeira, professor do Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), especialista em demografia. "Se o Estado penaliza quem constitui família, quem se casa e quem tem filhos, significa que está a favorecer o envelhecimento da população e o decréscimo da natalidade," acrescenta Rui Marques, fiscalista da Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF).

Ana Taborda

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